![]() A Caverna.
“Provem e vejam como o Senhor é bom. Bem-aventurado o homem que nele se refugia!” (Salmos 34:8)
De repente saímos de uma caverna e vem-nos à frente um terreno puro e simples, tal qual fomos criados, e pode ser um árido e escaldante deserto, uma úmida e densa mata, pode ser um pequenino burgo, ou uma imensa selva de pedras… Ali, nosso Espírito será lapidado, será onde iremos diluir nossas dívidas passadas, recompor nossas descomposturas. Ali, iremos perceber nossa fragilidade e iremos calibrar nossas forças. Enfrentaremos feras, climas extremos, doenças, desafios mil, encontraremos em nossos semelhantes, ou desafetos ou afetos… Ali perceberemos que não estamos sós, que estamos sendo guiados e, de forma contundente, aprenderemos que tudo são escolhas nossas, más ou boas, mas na medida para nossa evolução, para nosso “animus”, enquanto vencemos nossa missão, em qualquer desses cenários. Aquela caverna nos acompanha, e nossa maior certeza é de que, se a adentrarmos, teremos paz, fortaleceremos nossos espíritos, sabemos que nossos inimigos ali não penetrarão, que seremos bem acolhidos, socorridos e esclarecidos. Essa caverna está ao nosso alcance e somos, a todo instante, convidados para assumi-la. Lá está a nossa regeneração, o nosso Consolo, mas não encontraremos lá os deleites para a carne, mas muito trabalho para o nosso ajustamento. Durante toda nossa jornada, essa caverna nos ladeia, porém, só a avistamos quando nos “damos um tempo”, para que possamos viajar para o nosso interior, por sinal, eis a nossa maior dor. O nosso passamento derradeiro, mas não definitivo, leva-nos aos primórdios daquela caverna, onde nos revitalizaremos e retornaremos a nos submeter às próprias escolhas, com novas almas e aventurarmos também por novas vicissitudes, no nosso capacitante e vicioso círculo evolutivo. Essa caverna é o nosso revigorante refúgio, onde podemos, a todo momento, nos tornar um novo ser e, pasmem, nós a carregamos dentro de nós, desde que dela saímos pela primeira vez e, para acessá-la, basta-nos um olhar introspectivo, mais profundo e, com certeza, encontraremos respostas, mas não nos iludamos, jamais nos foi dito que seria fácil, contudo, foi-nos legado, pela Divina Providência, as benesses do jus às complacentes bem-aventuranças. (RAS)
Enviado por (RAS) em 31/07/2025
Comentários
|