(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos

O crepúsculo de uma obsessão.

 

     Aquela igreja antiga… aquele átrio, o altar… ares e fragrâncias de senilidade. 

     O barroco: nobres madeiras, exageros, similaridades, um ousado delírio dourado… encanto…  Um emblemático túnel do tempo.

     Anjos e Arcanjos geminados, santos em cúpulas perfilados, recepcionam-me… 

     Uma paz…enquanto a resistente, mas tênue luz das velas ainda pulsa, em plena Idade das Trevas…

     De súbito… um déjà-vu: uma figura fluídica pousa e posa, e abre o sorriso mais avassalador, no epicentro daquela surreal nave, a delirante projeção da minha domada mente… 

     Alarmados, os querubins incrivelmente extáticos, apenas se entreolham, enquanto que preso àquele elíseo dèjá-vu, revisito a Idade das Trevas… as trevas da velha idade, que enlouquece-me, a lançar-me às esquecidas, mas às ainda acesas fogueiras dos meus ígneos, pretéritos e malditosos arbítrios.

(RAS)
Enviado por (RAS) em 27/06/2025
Alterado em 27/06/2025


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