COVARDIA
Se eu pudesse, como a brisa, ter o dom das carícias, Testemunhar, como a lua, as traições sem notícias, Se eu pudesse, num desabafo, chorar como a chuva E fazer, como o vento, a próxima curva, Se eu pudesse, eternamente como o mar, embalar a quem amo Dizer no piscar das estrelas que a todo momento te chamo. Se eu tivesse a grandeza do sol, para dizer que existo, A firmeza da rocha e mostrar que resisto, A velocidade da luz, para fugir da indiferença, O breu da noite escura, para marcar minha ausência. Se eu pudesse, com o relâmpago, dizer o que mais desejo, Adoçar com o néctar o amargo sabor do meu beijo, Se eu pudesse fazer do trovão o emissor do meu tímido grito, Eu não temeria o amor, nem seus blefes infinitos. (RAS)
Enviado por (RAS) em 28/01/2008
Alterado em 08/02/2023 |