Nas raias de um dilema.

Houve um sol radiante, que velozmente se esvaía, 

Um tempo de amantes, que precocemente se ia,

Um tempo ansioso que a si mesmo ruía.

Foi um tempo formoso e carregado de energia, 

Foi potente correnteza, que por tortos leitos fluía, 

Foi um tempo, que por qualquer coisinha se ria.

Foi um tempo já por tanto tempo ido…

Foi um tempo, no seu tempo bem vivido. 

Hoje é um tempo de aroma mais sentido,

Tempo de mundo lento, de mais tempo exigido. 

Tempo de sabedoria, em si mesmo adquirido, 

Tempo mais ameno, mais sereno, muito mais curtido. 

Tempo de não mais permitir, o tempo perdido, 

Tempo de não lamentar, o tempo decorrido…

É tempo do próprio tempo responder:

Afinal, o tempo corrido é um tempo perdido ou um tempo vencido? 

Em tempo: o que teria o tempo respondido?

E se a resposta for perdido, será dado um tempo, para esse tempo ser ressarcido?