(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos

Os tantos “eus” em mim.

 

Como é difícil eu falar de mim… 

Dizem que somos o que pensamos, 

E eu penso assim:

Eu sou um livro em busca d’outro prólogo, 

Eu sou a música ainda carente de estribilhos,

Necessito, urgentemente, de um psicólogo, 

Eu sou um trem doido a ignorar os seus trilhos. 

 

Eu sou um orbe errante, em busca de uma rota,

Eu sou o som de um berrante, invadindo uma cidade…

Eu sou aquele ser estranho aos seres da biota,

Eu sou um marxista burguês, apegado à liberdade.

 

Eu sou o peão estranho, com o pé no “rock and roll”, 

Eu sou o artista progressista defensor da meritocracia, 

Eu sou o passante errante sem saber para onde vou, 

Eu não ouso ser o que sou, eu não sou quem eu deveria.

 

Eu sou a vesga visão do polarizado mundo,

Eu sou a tristeza profunda, de falso riso na cara,

Eu sou um ponta raiz, sem ir à linha de fundo,

Eu sou a loucura latente, que ainda evito que sara…

 

Eu sou de mim antagônico, porquanto, sou quase feliz…

Eu sou um espírito anacrônico, crivado  de pretextos… 

Mas não nego ser um conformado e eterno aprendiz, 

Sou inocente alienado, agora a surfar, nos realísticos contextos. 

(RAS)
Enviado por (RAS) em 05/03/2025
Alterado em 05/03/2025


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