O que estamos a cultivar?

Aramos o tempo e a gleba,

Neles lançamos as sementes

Dos pensamentos e desejos, 

Das necessidades, 

Da sobrevivência… 

Neles deixamos suores,

Castigamos a pele sob o sol escaldante, 

O corpo nas inóspitas intempéries,

A mente nos desvarios das pelejas.

Enquanto aramos e colhemos, nos purgamos… 

Tudo o que semeamos frutifica, 

Tanto o bem como o mal. 

Assim como o bumerangue lançado, 

Ao não atingir o alvo,

Retorna às mãos de seu lançador, 

Tal como foi lançado,

O semeador é o senhor das escolhas,

Do inegociável Livre Arbítrio,

Mas sob a regência da Lei do Retorno.

Tempo e gleba, onde de tudo se planta,

Germina, cresce, 

E onde frutifica e colhe-se, 

Exatamente o que foi plantado.

Assim dá-se a divina Justiça!

Assim é a Lei.