A depurante epopeia humana.
Flutuamos plasmados no que nos rodeia e no que rodeamos. Simbioticamente nos locupletamos, nós e o imenso sistema, no qual orbitamos. Tornamo-nos uma inditosa engrenagem a implorar regeneração, ao nos enferrujarmos na displicência e eis que, mesmo assim, somos acolhidos nas misericordiosas e constantes revisões. Rangemos, quando desdenhamos a necessidade da unção, nesse processo depurador, para que a engrenagem funcione e seja produtiva, evolua, na eterna busca da consecução dos desígnios de Quem a engendrou. Se cada elemento dessa engrenagem se conscientizasse do que lhe cabe, para a dinâmica do mecanismo, não lhe faltaria energia, não emperraria a máquina, não lhe atingiriam as intempéries, vigoraria a harmonia, elevar-se-ia a sintonia, poluir-se-ia, cada vez menos, o campo em que vibras… Por fim, seria cada um, parte da engrenagem de um divino sistema, a tornar oblativo o mais nobre dos sentimentos, ao abastecer-se, ao produzir e ao espargir, desinteressada e caritativamente, o mais puro Amor. Incrível é que somos peças de um sistema perfeito, mas somos imperfeitos, sendo sistematicamente aperfeiçoados, por nossas próprias imperfeições. E assim, cria-se então, a caligrafia torta de Deus, a justificar o estrabismo dos olhos que malsinadamente as captam. (RAS)
Enviado por (RAS) em 04/12/2024
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