A simbiose d’almas.
Como um mantra, a tua voz, em mim vibra e me abduz, Tal qual o canto da sereia, que a tantos margeia e seduz. O céu da tua boca, por tantas vezes foi meu céu… E os teus olhos castanhos são vitrines dos teus lábios, amealhados de mel…
Em teus braços há o abraço, que simplesmente acalma, No calor do teu regaço, faz seu paço, a minh’alma… O teu beijo é o porta-voz do que represas no coração, O teu cheiro é o meu algoz a afastar-me da razão…
E o teu corpo tem o escopo atrelado à minha sina, Teu sorriso extrai de mim o siso e de pronto me fascina… Teu espírito adistrito, restrito aos meus desejos, A tornar mais jubilosos e ditosos, os meus insípidos ensejos.
Tua imagem é miragem a iludir meu noturno desértico, O teu ser invade o meu ser, num melodrama por demais poético, A tua luz reluz, a iluminar o meu espectro apagado… Enquanto teu olhar de águia embica meu coração, totalmente no teu coração, espojado.
E eu dependo de ti em tudo, falas por mim enquanto estou extasiado e mudo, Mas sou o teu megafone, quando ponho a boca no trombone, E grito que te amo! E ris o riso mais lindo, quando por fim, eu te chamo… E nosso encontro é sempre assim, em cheiros de flores e cores de um abençoado jardim… E eu vivo de ti e tu vives de mim, numa espécie de osmose, superando metamorfoses, numa simbiose sem fim. (RAS)
Enviado por (RAS) em 23/08/2024
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