(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos

A sombra que à noite vaga.

 

As luzes noturnas clareiam espaços públicos: becos, galerias e vitrines…

As luzes noturnas encandeiam-me os pensamentos e fluorescem a abóboda celeste, tal qual a noturna Paris…

A luz lunar a pratear os desérticos lougradouros, carentes de sinais de vidas, somente a minha, a todo vazio resiste,

A mostrar-me, pelas altas horas, que o que me segue nessa “via crucis” é tão somente a minha arrastada sombra, cansada e sonolenta, como a carregar o meu incômodo fardo, que se transborda de tristeza e desesperança…

Não sou digno de que saciem a minha sede com um pedaço de pano, na ponta de uma lança, encharcado de vinagre, 

Mas amarga-me a boca e o dia, qualquer dose de realidade…

Qualquer sinal de amanhecer…

E é tamanha a tristeza e amargor, que chego à conclusão que não é minha sombra que me segue, mas pelo que ela carrega, sou eu a fugir o tempo todo dela.

(RAS)
Enviado por (RAS) em 23/07/2024
Alterado em 23/07/2024


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras