Tardias percepções.
É como se o sol da Terra se distanciasse,
Trazendo friezas aos entendimentos,
O sal da terra a evaporar e a tornar insosso os condimentos...
E a petrificar o débil e atônito coração na brevidade dos momentos…
É como o adormecido vulcão
Que desperta e causa o aluvião,
Assim como machuca a verdade..
É como se o dia desistisse da claridade, o homem da bondade,
É como se a viçosa flor murchasse, ante a minha despreparada mão,
É como se o arco-íris perdesse as cores,
As almas desdenhassem os amores,
É como se a lua abandonasse as marés e as menstruações,
Os cabelos cheios, o leite nos seios e a sorte das embarcações,
É como se os vermes em mim passeassem, e vampiros nos meus chakras se alinhassem,
É como se ninguém, nem daqui, nem do além, ouvissem minhas orações…
É como a nau se afundando, é como a noite raiando,
Num despertar tardio e leviano das, até então, desinteressantes percepções.