Distopia.
Tanta realeza priva o rei da realidade, De tanta beleza, perde-se a princesa, em desregrada vaidade! De tanta riqueza, não há mais no trono, sinal de nobreza… E vai-se a majestade, no avançar da insanidade. E toda avareza impede a alma ir-se ilesa, Ao esvair-se a pureza, surge a vulnerabilidade, Assim peleja o homem, a saciar-se de impurezas, nas turvas águas paradas das incertezas. Tanta crueza a distar o rei da Caridade, Quanto sacrifício a fartar vossa vasta mesa, Quanta proeza a apagar-vos a aura da santidade, Quantos caminhos largos vos remete à estreiteza? Quantas luminárias acesas, a ocultar-vos a Verdade! Castelos de areia construístes com destreza, no entanto perdestes, por outro lado, a inconteste e sacrossanta fortaleza. (RAS)
Enviado por (RAS) em 28/03/2024
Alterado em 28/03/2024 |