O passamento dos lamentos.
Não se foge da própria dor, Ela é prova que faltou o corretor, Nos teus textos de contextos desvairados, Escritos no breu das lamúrias, Desviados dos plenários da consciência e das cúrias. A dor cavalga nas escolhas, À trote, num pêndulo isócrono, sem pressa, Sejam boas ou equivocadas… A dor lateja ao fincar suas esporas, Ao puxar suas rédeas, rasgando línguas e lábios, Entortando o dorso cansado, com o peso da sela… E se foi péssima a escolha, a dor aciona o chicote, Que arranca pelos, rasga pele… Galopa por cada terço do corpo… dor própria, obsessiva até... E é longa a jornada, a depender das semeaduras, E as colheitas são dores horríveis, sem cura… As pelejas vão além dos pastos, Além dos horizontes e dos arco-íris.., A própria dor... ou dor própria, Dói até que o adiantamento e o merecimento, Exitem laçá-la e adestrá-la, até que o conjunto, escolha e dor, Saltem os obstáculos terrenos E conquistem o pódio da fluidez, A apoteose das lívidas Mansões, Após um desencarne aloucado, sucedido a passo levitante, Num “mix” inefável, entre o etéreo e o sideral. (RAS)
Enviado por (RAS) em 15/03/2024
Alterado em 15/03/2024 |