Desnatureza.
Quando uma dor, o amor supera, Definitivamente não foi amor, Quando a saudade é só espera, Não é sensato, é desamor. Se se aposta numa outra era, É pura quimera, untada de dor, E se a jura é insincera, O que impera é o dissabor.
Se o amor ausente é administrável, A vida torna-se mero negócio, E essa premissa é tão deplorável, A exigir a figura do cândido sócio.
Porque são tão previsíveis as tramas, Nesse mundo limitado por mesmices? Porque são tão raras as oníricas camas, Onde deitam amores e despertam meiguices?
O verdadeiro amor requer o vigor, O verdadeiro amor requer a certeza, O verdadeiro amor só se é amor, Destilado e refinado nos princípios da nobreza.
De todos os sentimentos, é consenso, Que o amor a tudo e a todos perpassa, Na natureza e nos seus elementos, Ausente o amor, o mundo seria, deveras sem graça!
Se há amor haverá esperança, Onde há amor prevalece o perdão, A ferina paixão, nele se amansa, O amor se ala e os céus alcança, Mas perde as bem-aventuranças, Ao ficar com seus pés atrelados ao chão. (RAS)
Enviado por (RAS) em 05/03/2024
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