Todas as noites do céu...
A lua redonda e airosa atua vestida de prata, Gravita grávida, no meu fantasioso pensamento. Flutuante e paciente, assim de vez, me arrebata, Na intensa e imensa escuridão do firmamento.
Pontos de estrelas reluzentes, de anis tingidos, Piscam pra mim, com ramalhetes, num flerte astral… E os desejos secretos por elas, por mim cingidos, Tornam-se, enfim, um acesso, um imenso portal!
E nimbos multiformes, a exibir um cinza chumbo, Derretem e, em mim, copiosamente precipitam… Trovões graves, esticados quais couro de bumbo, Em mim, a imortal Fênix, resoluta, eles suscitam.
Componho constelação neófita, em plena formação, Ainda tímida e, ao infinito, bastarda e descabida, A vadear perdida, por anos luz, na vastidão, E a ser cadente, ao sentir-se, pelas noites preterida. (RAS)
Enviado por (RAS) em 08/12/2023
Alterado em 08/12/2023 |