A nau dos desapontamentos.
O que esconde o teu silêncio é tão audível! Incompreensível é, em ausentar, insistires. O teu desdém é por demais perceptível, O teu cuidado é como um óbulo, a quebrar um pires.
Os que dizes já não mais me contagia, Como me fez tripudiar, outrora, contra o mundo, Eu já não sinto em tua voz, o que eu sentia, Meu desgosto é poço largo, turvo e bem profundo…
Já nem me lembro do que me eram os teus abraços, Muito menos, o sabor que emanava dos teus beijos, Hoje já não me atenho aos destinos dos teus passos, Teu olhar, no meu olhar? É o olhar do mar pro velho Tejo.
No que um dia foi sonho, vida e fartíssima sinergia, O vinho tornou-se vinagre e do descuido, o amargor… O tempo agiu ligeiro, sorrateiro, na nauseante apatia, A tornar insossa a iguaria, o que um dia, Pelas calmarias, teve gosto de amor.
(RAS)
Enviado por (RAS) em 15/10/2023
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