Nas teias da incompletude.
Ainda existe tanto de você em mim, Como um carma, uma obsessão sem fim, Uma impregnação, por demais, fabulosa… Ainda sinto a fragrância do carmim, Da tua boca me beijando, num inconteste sim, Naqueles instantes regados a versos e prosas.
Ainda persiste com força a tua lembrança, Ainda soa, retumbante, a tua voz tão mansa! Ainda insiste em incidir o teu olhar, no meu olhar… Ainda o meu ciúme, sem lume, avança, E assim, um final triste, a insensatez alcança, Qual iludidos grãos de areia invadindo o imenso mar.
Eu sempre quis ter-te além dos meus sonhos, Além dos versos que infeliz componho, Além da dor, do mundano gostar… Assim, genuflexo, literalmente, me ponho. E o que agora aturdido te proponho, É que em nome do amor, ousas voltar.
E será todo festa, o meu coração, Meus olhos, lâmpadas frenéticas a mudarem de cores, Meus desejos, enfim, terão vazão, Juntinhos aos teus se perpetuarão, Nos férteis aconchegos, da insinuante estação das flores. (RAS)
Enviado por (RAS) em 11/08/2023
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