BR 3: da maresia ao minério.
Então, eu me perco na sua extensão E chego a ter cochilos nas tuas retas, Busco no desespero ter, em ti, atenção, Usando freios, faróis, retrovisores e setas…
Então eu abordo com cuidado suas curvas, Trazendo a meu favor as tuas inclinações, Tuas subidas de serras em serrações turvas, E tento, sagazmente, preencher-te as depressões.
Eu te perdoo, há trechos teus sem acostamentos, E apraz-me as tuas curvas perigosas, Nos teus quebra-molas deixo meus lamentos, Curvas abertas, fechadas, aclives, declives és tão sinuosa!
Às tuas margens, lembranças têm forma de cruzes, De negligências, imprudências e até mesmo imperícias… Os teus túneis, em plenas noites, clamam por luzes, Teus viajores, em teus domínios protagonizam Os lamentáveis noticiários de polícia.
Teus viadutos são redutos de tantas almas, Teus radares funcionam, teus guardas sempre atentos, vigilantes! As tuas paisagens são lindas e dignas de palmas, Não és estrada só de adeuses, Mas também dos retornos constantes. (RAS)
Enviado por (RAS) em 04/07/2023
Alterado em 04/07/2023 |