Depurantes dicotomias.
Onde está o teu céu, está teu inferno, Onde surge o verão, se faz o inverno, Onde te sentes nu, te vestem um terno, Onde achas que findas, tu és tão eterno!
Onde alguém te acusa, alguém te redime, Onde é lauta a comida, é consenso o regime, Onde há muita palavra, muito pouco se exprime, Onde há muita soberba, é solo fértil para o crime.
Onde o mar é revoltoso, o marinheiro é astuto, Onde são duras as lidas, o homem faz-se bruto, Onde é pesada a faina, o homem é rude, matuto, Onde é apoteótica a vitória, o homem foi resoluto!
Onde há presença de ódio, há levantes de amores, Onde volta-se ao pó, os homens crivam de flores, Onde abre-se um sorriso, são insistentes as dores Onde o que é de mais sagrado, é colocado em andores
Onde zumbem abelhas, é onde escorre o puro mel, Onde vige a carência, ocorrem os cuidados do céu, Onde o dia é fascínio, a noite, de súbito, se faz véu, Onde há jugos atormentantes, há o Deus que é fiel! (RAS)
Enviado por (RAS) em 29/05/2023
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