Merecimentos.
Quisera eu não ver o mundo da forma com que ele se me apresenta, Pois é muito triste perder a confiança naqueles que mais te encantam… Perceber que as flores murcham, Inclusive na lembrança, E que a verdade, na verdade, se ausenta.
Quisera eu viver a vida no desprezível dom de iludir, E sem trazer para mim o ardor das fatais irresponsabilidades, Quisera eu o meu coração manteiga controlar e gerir, E fugir das ilusões embutidas, nas bem construídas, artificialidades.
Mas, ainda sim, trago em mim as sagradas dádivas da intuição, Que qual radar, capta de longe, possibilidades de desencantos, Torna-se égide maciça e perfeita para meu despojado coração, E antecipa o porvir de tramas causadoras do desperdiçar de prantos.
Quisera eu não perceber a dor, no fundo de um falso olhar, Quisera não me perder nas formas, em que se apresenta a beleza, Pular o poço dos desejos, eficientemente, sem me molhar, E evitar, sem que de vez me torne, o almejado recanto da tristeza. (RAS)
Enviado por (RAS) em 08/02/2023
Alterado em 08/02/2023 |