A indigerível ausência tua..
Ter saudade, na verdade, é ser passante, Num caminho triste e infindo… Vencidos os trechos lindos, Que de tão bons, fixaram-se nas lembranças. Ter saudade é sentar-se à beira do caminho, O olhar distante e perdidinho, A buscar a razão dessa jornada, Sem rumo, sem nada… De carona com as dores, Fulcradas nos idos amores… Em revivências delirantes, E segue-se adiante… E nem tem graça as paisagens, Só se foca a tua imagem, Que na mente se faz miragem, Que de tão nítida… alucina… Minha sina, minha sina! No delírio esvai-se o juízo e desatina… Então, levanta-se, mira-se e toma-se o rumo, Desse vazio e desimportante caminhar. De novo e… de novo… E a alma torna-se uma maltrapilha andarilha Desse desvairado caminho… Que quando se atina, Na verdade, Sou eu no caminho a definhar-me… E no meu próprio tempo, sem você, tristemente, me desvanecendo… (RAS)
Enviado por (RAS) em 26/01/2023
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