(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos

 

A noite das Helenas.

 

Noite serena, amena, quase morena.

Noite pequena, murmúrios de novena.

Noite plena, na qual se encena,

A duras penas, as noites da clássica Atenas.

Noite em que o êxtase em ti mesma se drena,

E, assim, à excitação te condenas,

Mas tudo, ou quase tudo, vale a pena…

Enquanto, com o tudo, a ti não envenena,

Ou não te obstrui a vazão da safena...

Noite, que bem diversifica as suas cenas: 

Sufocas o sarcástico riso das hienas,

Calas o grito estridente das sirenas,

Livras o corpo das fétidas gangrenas…

Uma noite apenas, em meio a centenas… 

Sofejas as Valsas de Viena…

És a noite das Helenas,

Em performances terrenas,

Suficientemente obscenas.

Ali, onde em frenesi, fazem das camas arenas…

No lençol… os indícios de maisenas,

Onde grudam, tais quais precipitantes penas, 

As lindas e negras e esvoaçantes melenas… 

(RAS)
Enviado por (RAS) em 04/11/2022
Alterado em 06/11/2022


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