Manto frio, onde cinge-se a saudade.
Saudade que se soma às saudades de remotas existências… Assim se faz intensa, a refletir a tua já distorcida imagem. Emerges como encanto pelos fluxos quânticos das carências, A invadir meus sonhos, avessos ao uso de qualquer blindagem.
Os sonos são tormentas, a implorar pelas pretensas bonanças, E as noites tornam-se palcos, a exibir “Os infernos de Dante”. Tempos sombrios, quando o tártaro o desassossego alcança, E um cenário taciturno me alerta, que nada, a tua volta me garante.
E nesse outono antecipado, a minha vida desfalecida é folha, E o amor enfraquecido definha, a medingar migalhas de atenção, A alma, entorpecida, busca a boemia amiga, que a acolha, O hoje sorve a minh’alma e decreta o fim da indigesta ilusão.
Enfim, a luz reascende, a gente ascende às mais lindas veredas! A solidão recomeços exige, esfria as camas, estanca os prantos… Saudades passam, só não passam lembranças anexas às perdas. A sedução se dissolve, se o seduzido resolve, desmistificar seus encantos… (RAS)
Enviado por (RAS) em 22/09/2022
Alterado em 22/09/2022 |