A saudade, uma tempestade na alma.
A saudade é uma descarga elétrica, Um fenômeno climático, Engatilhado nas lembranças de teus sorrisos, Os quais se propagam em estalos ao ramificarem-se, E atingirem fortemente as profundezas da alma; É o teu olhar de águia, contuso, profuso e fascinante, Assim como os ventos a uivarem, Pelos vazios que deixas… Nimbos envolvem e turvam os pensamentos, Ameaçando precipitar-se e inundar o coração, Após entupi-lo, como as mal cuidadas bocas de lobo… A saudade sufoca… arrasa... e cega… A saudade é uma assustadora tempestade, A arrastar, violentamente, o negligente telhado, Que não lhe proporciona vazão… E julga que ser capaz de, em si, retê-la. Trovões inaudíveis estouram o tímpano vulnerável, Onde ecoam e se propagam, num vácuo titânico e de atômica tristeza, E a tua imagem constantemente forma-se, para mim, Nas iridescentes e mutantes nuvens, Enquanto a moça do tempo que tu te tornas, Em impecável performance, noticia-me, friamente, Que o tempo que anseio, não se abrirá tão cedo! (RAS)
Enviado por (RAS) em 29/08/2022
Alterado em 29/08/2022 |