Desencontros e renúncias.
Fez-se a flor na madrugada, assim, meio que do nada,
Apossou-se de mim.
Vinda de outras floradas, de vidas passadas,
Para um já florido jardim.
E trouxe pétalas viçosas, no que minhas prosas,
Em versos, logo traduziu...
E encantou-me a flor formosa, que mais que cheirosa,
Deslumbrantemente e pretensiosamente,
Para mim sorriu.
Cerrou-se o véu turvo das lembranças,
A nos tornar crianças,
Ante o ímã atrativo e saboroso da maçã...
A flor da madrugada, distraída, ilusionada,
Sem saber foi na verdade descuidada,
A florescer no imprevisível jardim do amanhã.
E nos embalos dos outonos, embaladas por gnomos,
Caem nos profundos sonos,
E invadem alvoreceres…
Aí mudam-se os destinos, ventos de haustos ferinos
Arrancam a maçã dos meninos e os seus inocentes quereres.
Eternos encontros e desencontros, tipo ensaios e aprontos,
Nos plenos e férteis jardins das existências,
E nada se dá por acaso, tudo tem seu tempo e seu prazo,
E constantes nos parcos "insights" das reminiscências.