Universos em nós. Nos nossos céus, os sóis somos nós e convivemos com luas e estrelas… À noite, às vezes, com medo da escuridão, recorremos às nossas luas lindas e nuas, às vezes esbeltas, noutras grávidas.Tão mães! Sim, nossas luas são “mãinhas” tentando nos pôr para dormir… Outras gentes são as estrelas, de todos os tamanhos e brilhos. Elas se explodem alhures, e o que vemos são apenas os resultados desse evento constante e fenomenal, os seus brilhos azuizinhos a tremeluzirem. Quantas se apagam, durante nossas existências: familiares, amigos, conhecidos! Quantas são cadentes, mergulhando para a morte ou para o desatino! Quantas precisando de nós, enquanto sóis, para que dividamos nossas quintessências, não para queimá-las, mas para sermos lareiras de quinta grandeza, necessárias nas antessalas de nossas Vias Lácteas, para ferver o leitoso firmamento e aniquilar-lhe os vermes, e por fim, espalharmos pelos nossos raios, além de luz, a proteção, o aconchego, o bem querer… O sol tem suas imensas chamas incandescentes a se propagarem e permitirem vidas e formam o seu lindo espectro de infinitas cores e, em nós, em efervescência, estão os nossos sentimentos, que se espargem em forma de energia. O que sai do sol ou é quente ou menos quente, o que sai de nós reflete quem somos, assim, de repente podemos ser, direta ou indiretamente, responsáveis pelas estrelas em quedas ou caídas. Para os tantos que nos orbitam, somos a fonte a preencher os seus vazios, a desconstruir ou construir as suas desesperanças, até que se apaguem ou que nos apaguemos. Somos mundos, sobejamente, regendo outros mundos, enquanto outros mundos, sobejamente, nos regem... (RAS)
Enviado por (RAS) em 04/06/2021
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