Em frente!!!
Ah, que saudade da minha farda, Da caserna, dos amigos, De ostentar a cor quase parda, Nas bonanças, no perigo... Saudades dos tantos coturnos, Das jornadas, auto-horários, Saudades de todos os turnos, De doces melados no armário. “Saudades dos improvisos, Que me ensinaram a viver, Pois nada é tão preciso, Que não seja preciso rever.” Saudades das diligências, Escoltas, reforços de carnaval, Buscas e audiências, Perseguição no matagal... Saudades das guarnições E de cada companheiro, Tantas foram as lições, De amigos verdadeiros! Tudo isso em sonhos ainda revejo, Momentos tensos e de resignação, E vem a dor no peito como parte do ensejo... E bate qual bumbo o meu saudoso coração! Num sonho eu escuto a corneta, Num toque a me convocar, No outro eu já estou de escopeta, ECD pronto para deslocar... Foi marcante o que me foi proporcionado, Vi ocasos, crepúsculos, alvoreceres com arrebol, Eu aprendi a me virar, sair sozinho do outro lado, Lamaçais nas chuvas, suores e poeiras no sol. Servi em tantas Unidades! E trago todas no meu peito, Cada rincão, cada cidade, Tem meu amor e meu respeito. Dirijo-me agora aos companheiros, Que comigo um dia patrulharam , Nada irá tirar por inteiro, A saudade que os senhores deixaram! (RAS)
Enviado por (RAS) em 29/05/2021
Alterado em 29/05/2021 |