(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos

 Salmos e Tróias...

E entregar-te, de todo, o meu mundo 
Foi o que de mais profundo,
Eu encontrei para te oferecer: 
Ramalhetes de rosas multicores,
A combinação de outras flores,
Tudo fiz para te merecer...

 No fim, foi tudo isso tão pouco,
De tanta serenata fiquei rouco,
Encharquei-me de desesperanças. 
Juro, eu fiz de tudo que eu pude,
Desejei-te a amiúde,
Por fim, negaste-me as tuas tranças.

Vasculhei tronos, altares e andores,
A todos os deuses clamei favores,
De tão alto que eu a coloquei! 
Agora mortal, sem um cavalo alado,
Vasculhei vilarejos, impérios, reinados,
Em nenhum deles um fio teu encontrei...

Sinto-me Páris ou mesmo o Rei Davi...
Desandei-me, encantei-me, não resisti!
Perdi bem mais que homéricas pelejas,
Depois que a vi como deusa na sacada,
Não dormia, invadia as madrugadas, 
Além do bolo, desejei mais as cerejas.

Não percebi tua temperatura e profundeza,
Simplesmente mergulhei na tua beleza,
Não molhei pulsos, tampouco me benzi,
Mas foi tão cego e profundo o mergulho!
Atinei-me, aquilo era infame esbulho,
Acusei-me, condenei-me a afastar-me de ti.

Salmos e Tróias, intrigantes paranóias os causaram...
Mundos e fundos, de dogmas profundos abusaram...
Sonhos bisonhos, por caminhos medonhos ousaram...
Salmos e Tróias, virtuosos ou escórias,
Pelo muito que amaram?

(RAS)
Enviado por (RAS) em 29/05/2021
Alterado em 30/12/2022


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras