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![]() Seresta.
Quando se ouve acionadas as cordas bordões de um sonoro violão, E, de forma ágeis e apaixonadas, digitadas as suas escalas harmônicas, Vem à mente a linda imagem daquela trazida cravada no coração, É o momento mágico em que os olhos marejam pelas pausas afônicas. Quando a canção executada fala de um amor, que tão breve se fez! E a voz do violeiro invade o âmago e atinge a divisa do corpo com a alma, E se o pensamento se turva e se entrega ao intenso sentimento de vez, O tema que a canção suscita é tão lindo, que de tanto, o coração se acalma! Quando chega o refrão, o auge da letra da canção, a mão caça a bebida, A boca seca e saudosa exige algo inebriante como os calientes beijos... E o prenúncio da última estrofe, pelo tom demonstra ser muito sofrida... E na obra triste, mais um refrão insiste, em despertar os febris desejos. Assim são digitados os últimos acordes, pelo vivido e habilidoso artista, E às flagrantes tristezas dos tons menores o bom ouvinte se entrega, A música traduz a vida e a embala e quanto mais triste, mais realista, E eis que por mais paradoxal que pareça, é nisso que o ouvinte se apega. Ronaldo Aparecido Silva
Enviado por Ronaldo Aparecido Silva em 13/01/2021
Alterado em 13/01/2021 Comentários
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