Infeliz prelúdio, num metafísico passado.
Hoje eu sinto a dor de não ter me curado de ti, Hoje eu perco a cor para uma tétrica palidez, Hoje corro léguas do que outrora não pude fugir, Então, entristeço, tornam-me os sabores acidez. Foi um ilusório passado de nada, vestido de tudo, Do qual ainda fujo desesperado e tardiamente, Quando o amor fez-se ódio, de jeito tão absurdo, Pois foi paixão, ilusão, surgidas insolentemente! Há coisas inexplicáveis, fugas, perdições, sei lá o quê, Há coisas que resetam o cérebro e tornam-se “bug”, Há coisas tão óbvias, que sempre pagamos para ver, Não importa se nos corta e que depois nos sugue. Há coisas cegantes, estimulantes, no peito latentes, E um muro que esconde o que está bem adiante... Felinos, ninhos de abutres, carcarás e serpentes, Calor escaldante, frios extremos, dores delirantes… Foi vento forte, sibilante, em arrasadora tempestade, Foi coice perfurante, depois de um onírico cavalgar, Um denso e sombrio sentimento que a alma invade Um vazio frio, um triste assovio, soando em algum lugar... (RAS)
Enviado por (RAS) em 05/01/2021
Alterado em 05/01/2021 |