Brechas
Nem sempre a ponte une
Nem sempre o muro separa
Nem sempre o cárcere pune
Nem sempre a arma dispara
Nem sempre no céu há estrelas
Nem sempre o mar está manso
Nem sempre dá sorte retê-lãs
Nem sempre um passo é avanço
Nem sempre o afago acalma
Nem sempre o que fazes agrada
Nem sempre alguém bate palma
Nem sempre é suave a estrada
Nem sempre tem valor o tesouro
Nem sempre a vida é sorriso
Nem sempre o punhal fere o touro
Nem sempre o amor tem juízo
Nem sempre as lutas verão vitória
Nem sempre o que rezaste te trará perdão
Nem sempre um fato por si só é história
Nem sempre com a vitória ombreia a razão
Nem sempre a reta a régua garante
Nem sempre o fortíssimo concreto resiste
Nem sempre se condena o infeliz meliante
Nem sempre é covarde quem às vezes desiste
Nem sempre terás tudo
Nem sempre tudo terá solução
Nem sempre o criado é mudo
Nem sempre a vida diz não