O telúrico rebento.
O espírito em plena aventura, sofre, sonha, na infante Gaia...
Do Caos, em fervura medonha, imensa energia se espraia...
Cingindo as rupturas, a Gaia escura, bisonha um novo bioma ensaia...
E os deuses aguardam os animais, os mortais e suas laias.
A clássica telúrica gênese, em titânicas odisseias, com mitos se fez.
Oráculos e deidade de sacras e satânicas ideias eram guias e leis...
E tal deidade crida messiânica, de tantos, tornou-se vulgar de vez…
E por suas atitudes humanoides e tirânicas, o Olimpo, por fim se desfez.
A rude e beligerante raça humana se espiritualiza e aos poucos prospera…
Os deuses da libido saliente, se rendem ao porvir da promissora era.
De Gaia, imponente, nasce a Terra onde hoje o antropocentrismo impera...
E tudo é tão intrigante, na leve nave flutuante!
Essa azul e tão pequenina esfera!
Hoje flores, nem tão vivazes, mas lindas e multicores, engalanam o mundo...
As mulheres audazes, quase indolores, dignas donas de ventres fecundos...
Homens selvagens, caçadores vorazes, na natureza inseridos, difundos...
Se integram e se interagem, sagazes e resolutos, à cada fração do segundo.
Um novo tempo de crenças difusas, a soberba do homem, então, cria...
E a mente terrena, perdida, confusa e louca, atrás da verdade, astuta corria…
Um novo sol radiante, sem ninfas ou musas, no humano horizonte surgia..
Assim, a bíblica gênesis de tantas recusas, ao clássico mundo se abria.
Agora, o esplendor da Via Láctea não mais origina do farto seio de Hera…
O homem se curva ao monoteísmo, a um Deus que por ele se doa e esmera,
A Terra perde o protagonismo e, o imenso universo sozinha, não mais lidera,
Assim, paciente flutua, a buscar para o homem a proeza de uma infinda primavera.