(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos


Reflexão: como  efetivar a legalização das drogas.

      A diferença entre o ser inconsequente e o ser responsável, ao depararem ou abordarem um problema, é nítida, já na adotada metodologia. Ambos irão circundar o problema, para assim determiná-lo, o que é plausível e perspicaz, mas o inconsequente já teoriza baseado no que foi isolado. O responsável se debruça na pesquisa e foca o mundo de fora, onde o círculo, ou o problema, está contido e donde realmente brotam os efeitos, conseguindo assim diminuir seus impactos.
     Ah, que maravilha seria se em tudo bastasse fazer um círculo…  Algumas ideologias assim se fundamentam: há um problema?     _     _Circulem-no, isolem-no imediatamente!
 
      Se legalizar, alguém terá que sustentar… 
Daí surge a primeiro questionamento: quem? 
_ O Estado, uai. Assim iremos extinguir, de vez, o tráfico ilegal e diminuiremos a prisão dos coitados.
     Hum! Que lacrada!
     Então diga onde, como, ou de quem o Estado irá adquirir todos esses variados tipos de drogas? Onde será comprado, ou fabricado? Onde será vendido?
_ É só comprar dos nossos países vizinhos e distribuir, gratuitamente, nas farmácias… lindo e simples assim.
      Então o governo vai comprar droga e fortalecer o narcotráfico, financiar as barbáries nos países vizinhos, é isso?
     A Cracolândia será transferida para frente das farmácias, entendi direito o seu raciocínio? Você não acha que esses estabelecimentos  ficariam saturados? Olha as condições de higiene, os tipos de pessoas que iriam frequentar as drogarias do seu bairro. 
     Num país capitalista, como você imagina uma farmácia ou drogaria fazendo um atendimento gratuito desse? Aqui já se pode vislumbrar, qual a real finalidade da liberação das drogas, captou caro leitor?
_ O governo poderia, por exemplo, estender a distribuição para os Postos de Saúde.
     Sensacional! Como a “intelectualidade” enxerga e encontra soluções tão óbvias, que os simples mortais nem se atinam!!! É simplesmente impressionante!!!
     E quando, por qualquer motivo, o Estado não puder adquirir, receber ou distribuir essas “maravilhas”, onde os abstinentes (não sei se você tem noção do que é uma abstinência de drogas?) irão procurar o objeto do seu vício?
_ Uai, o Estado resolve isso com o dinheiro que “nós” pagamos… o Estado… o Estado… o Estado...
     Resumindo e desenhando: o Estado não dá conta nem das essenciais obrigações que lhe são previstas constitucionalmente;
     Quando faltar a droga “legal”, os viciados irão recorrer a quem? Claro que à velha figura do traficante, que "agora", paralelamente, irão faturar novamente no desespero do, “agora” também, legalizado dependente químico. 
     Outro cenário fácil de ser previsto: enquanto o “noiado”, otário e pobre, enfrenta a fila da gratuidade, nas drogarias ou Postos de Saúde, o ricaço, por “delivery”, ou mandando buscar, porque esse abastardo tem medo do contato pessoal com os traficantes, ri e burla a infeliz lei dos burguesinhos que extremam e corrompem o debate.
     Imagina como ficarão os nossos bairros, nossas praças, nossas ruas… bem enfumaçadas, cheias de seringas e objetos estranhos e muitos zumbis...
     E a saúde pública, qual suporte terá?
     Imagina o perigo que os seus filhos que resistiram e ainda resistem a essa desgraça, correrão nos deslocamentos para as suas jornadas...
     Imagina a notícia: o Estado suspenderá a compra ou fabricação (não sei como a nossa intelectualidade pensa em adquirir esses produtos) e distribuição de drogas, por não encontrar no mercado o produto, devido à incontrolável procura, mesmo depois do governo ter determinado a sua intensa produção, até por laboratórios das Forças Armadas. Imaginou a notícia? E o efeito dessa notícia? Os “noiados” malucos, desesperados, recorrendo aos traficantes, depois de arrumarem dinheiro, mas onde? Como? Provavelmente com o roubo do celular de seu filho, indo para escola ou trabalho, e que por um triz não perdeu a vida… ou perdeu… isso, ultimamente, nem tem feito  diferença.
     Agora os traficantes com muito mais moral, poderão cobrar o tanto que quiserem, e os viciados poderão agir livremente, afinal os inconsequentes conseguiram aprovar mais uma lei populista.
      Estamos no limiar de mais uma ardil formação ou cooptação de massa de manobra. Sempre os políticos “bonzinhos” trabalhando para, inteligentemente, aumentarem, literalmente, as minorias.
      Fechando o desenho: nesse cenário, advinha em quem os traficantes e viciados votariam…
     Por que não elaboram uma lei que exija o exame de sanidade, às vésperas da eleição? Taí uma mirabolante e indecente ideia, não é? Qual político se arriscaria propô-la? 
     
(RAS)
Enviado por (RAS) em 18/08/2020


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