(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos

A pujança de uma desnatureza... 

     E o sol se esconde da noite, no distante horizonte, qual um operante e eficiente gigolô...
A lua, airosa e cheia, como se nas vitrines de De Wallet, em Amsterdã, exibe a sua gravidez adolescente… misteriosa!
Incontáveis estrelinhas lindas e sapecas formam, no firmamento estranhas figuras, qual rabisco de crianças, com esmaltes e batons, nos lençóis, sofás e paredes…
Nuvens alaranjadas, como cobertores, anunciam uma noite fria, silente e longa…
O cenário é fantástico e insinuante, que tem na feitura, a amorosa mão de Afrodite e a traquinagem do peralta moleque e precoce arqueiro, gordinho e alado… 
Tudo a preencher, como um delirante bordado, aquela barroca e alucinante vastidão...
E nessa imensidão povoada de fascinantes orbes, você não está... inexplicavelmente você se ausenta...

Então eu apago as luzes desse mundo e imploro por um refazimento prazeroso e suave, em que eu possa, só mais uma vez, em meus sonhos revê-la e suscitar a possibilidade de pelo menos ali, "ad aeternum", retê-la...

(RAS)
Enviado por (RAS) em 01/02/2020
Alterado em 12/11/2022


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