Pelos calabouços da saudade...
É tão forte a dor, se ausente o amor, A alma implora sangria... São tão longas as noites, feitios de açoites, Clamor de alforria. Tão breves os sonhos… a não ser os tristonhos, De enredo solidão… Teimam os dias em demorar, e com isso machucar O entregue coração. Vazios imensos, nos deixam tensos, propensos Às raias da loucura, A alma pela outra chama, o coração se inflama, Nas dores dessa tortura. O corpo nessa ausência, transborda de carência E tudo é só saudade, Os órgãos se queixam, os olhos nem se fecham À caça da outra metade. São em vão os desejos, secam-se os beijos Perde-se os ternos abraços... Olha-se para o nada, nas altas madrugadas, Insones, seguem-se os passos. Saudade insana, mas que o tempo não engana E machuca demais! Por tudo a alma reclama: O calor que do amor emana, Os infindos vazios na cama, À absurda falta de paz... (RAS)
Enviado por (RAS) em 28/10/2019
Alterado em 29/10/2019 |