Se essa rua fosse nossa...
Faltou-nos aquela rua calçada com todos os nossos
desejos, aquele caminho por nós escolhido...
Faltou-nos aquele passeio seguro, para ver nossos
beijos, e um banco na praça por nós construído.
Faltou-nos a legalidade para nos apossarmos desse
caminho, com os nossos desejos e tanta paixão!
E sempre frequentamos essa rua deserta, nos seus
desalinhos, rua sombria que leva à amarga ilusão…
Longa e larga, quase uma avenida… de tão sombria essa rua é lodosa, perigosa e muito escorregadia,
Se nela estamos, a lotamos de sonhos e vida.
Rua inexistente que assim, sem passante, é apenas
fantasia,
Faltou-nos adorná-la de felicidade, faltou-nos dotá-la de bares, de lojas, de luzes, até de cassinos,
Faltou-nos pavimentá-la de realidade, faltou-nos reconstruí-la… e intitulá-la Rua dos Destinos.
E assim só restou-nos amargar os caríssimos
pedágios... a vida devolve as nossas semeaduras,
Normalmente vivemos o momento e evitamos os
presságios... inviabilizando tornar essa rua segura.
Faltou-nos, como única, entendê-la… sobrou-nos demagogos discursos, faltou-nos ações instintivas,
Faltou-nos coragem, de com força vivê-la… faltou-nos por ela lutar de corpo e alma, de forma efetiva,