Centrão: a metáfora.
Bernes e carnegões: os primeiros, mais comuns em animais, os segundos nas pessoas. Minha mãe lidava muito bem com ambos. Terapêutica: era apertar a base das feridas, onde alojavam-se e agarravam-se os intrusos, resistindo à necessária drenagem. Era um procedimento minucioso, pois dizia com toda a sua sabedoria a minha douta mãe que não podia ficar nem o “olhinho”, os mais antigos certamente se lembrarão disso. Posologia: após a retirada de toda maléfica matéria, partia-se para a cicatrização, no animal, geralmente cachorro, colocava-se óleo de caminhão queimado, o bicho uivava, e nas pessoas o temível Merthiolate quando havia o apocalíptico ranger de dentes,(o Merthiolate incolor era para os fracos, o mais usado era o vermelhão mesmo), este era também colocado no interior dos caroços avermelhados e a famosa pomada Minancora ao redor. Essa rusticidade extremada e externada em muita dor, nos curava, a terapia era bem mais dolorosa que as feridas, mas expurgarva o mal. Nessa mesma toada (expressão propositadamente usada em homenagem aos áureos tempos), com dor e muita resistência, ocorrerão as profiláticas e cirúrgicas assepsias, que irão desinfeccionar e nos redimir dos maléficos políticos conluiados em pútridos Centrões. A história mostra que para a cura de chagas profundas não basta soprar, hão de ser os remédios bem mais traumáticos do que ao que ora se destinam... (RAS)
Enviado por (RAS) em 11/07/2019
Alterado em 13/07/2019 |