A bússola dos desejos.
Quando ferve a tirania dos desejos,
A determinar as vias do destino,
E se tornarem previsíveis os ensejos,
E levar a lesa mente ao desatino...
Quando o lado escuro da matéria,
Insanamente escravizar o proceder,
E o sangue, que escorre nas artérias,
Contaminar de insensatez o velho ser...
A matéria torna a alma subornável,
Nela o Espírito cavalga em devaneio,
E aventura em um mundo maleável,
Na verdade, sem saber para o que veio.
Enquanto bússolas apontam só delícias,
E, sedenta, a impura alma assume o leme,
Torna a matéria a razão de tais malícias,
Cego, o marujo, a Verdade, nunca teme.
O norte da bússola não é verdadeiro,
Entre ambos existe uma inclinação,
Se assume o leme, Jesus Timoneiro,
Terão os desejos a melhor direção.
Ao navegarem as naus pela espiritualidade,
Os desejos mundanos serão superados,
Fluidificar-se-á a espessa materialidade,
E o Porto Seguro pela fé encontrado...