Tormenta.
A cada beijo que me negas, morro um pouco, Ao que o mundo corrobora e fica triste. E a cada instante sem te ver fico mais louco, E o tédio a me invadir então persiste. Circulam lentos e melancólicos os ponteiros, Do relógio a minha frente, qual tortura, Com hipnóticos tique-taques traiçoeiros, A enfadar o meu olhar que lhe procura. E vem a noite com seu véu de estrelas e lua, A colocar a sua imagem em minha mente, Também me traz a realidade nua e crua, A sua ausência inexplicável e insistente. E rompe o dia na doida busca de alegria, Mas o relógio é o mesmo, a me iludir. Quebrá-lo é atraso e de pouca serventia, O tempo é dono do destino e do porvir. Assim eu passo os meus dias a sua espera, Sem saber o quê me fez eu lhe perder. Tira-me o mundo o que ele de melhor me dera, Isso eu jamais conseguirei compreender. (RAS)
Enviado por (RAS) em 29/03/2019
Alterado em 29/03/2019 |