Idas e vindas...
Não é a morte que preocupa o homem,
o que preocupa o homem é a dor da morte,
a lenta e sofrida,
a repentina e indesejável,
em qualquer morte haverá dor…
O Espírito encarnado é como um pássaro cativo,
a morte é a sua liberdade, mas ao ser aberta a portinhola,
há pássaros que caem da gaiola, sem saber o que fazer…
atônitos, receosos, necessitados de adaptação,
assim se passa exatamente…
Tão certa e irremediável,
desde sempre proclamada!
Que morte agradaria?
Vão-se os planos e sonhos,
Amores, amigos, estradas…
É o Espírito apegado à carne e
a matéria dando o tom da viuvez..
E o Espírito, quase sempre, é cordeiro assustado
e a morte, às vezes, é corte traiçoeiro e com o abrupto
corte, o Espírito atormenta-se, a ponto de se esquecer
de sua fluidez e, ao invés de alçar voo, inadaptado,
rende-se à sua inabilidade e prende-se à
aconchegante gaiola.
A derradeira partida é terrível,
para quem acredita na partida derradeira.