Idas e vindas...
Não é a morte que preocupa o homem, o que preocupa o homem é a dor da morte, a lenta e sofrida, a repentina e indesejável, em qualquer morte haverá dor… O Espírito encarnado é como um pássaro cativo, a morte é a sua liberdade, mas ao ser aberta a portinhola, há pássaros que caem da gaiola, sem saber o que fazer… atônitos, receosos, necessitados de adaptação, assim se passa exatamente… Tão certa e irremediável, desde sempre proclamada! Que morte agradaria? Vão-se os planos e sonhos, Amores, amigos, estradas… É o Espírito apegado à carne e a matéria dando o tom da viuvez.. E o Espírito, quase sempre, é cordeiro assustado e a morte, às vezes, é corte traiçoeiro e com o abrupto corte, o Espírito atormenta-se, a ponto de se esquecer de sua fluidez e, ao invés de alçar voo, inadaptado, rende-se à sua inabilidade e prende-se à aconchegante gaiola. A derradeira partida é terrível, para quem acredita na partida derradeira. (RAS)
Enviado por (RAS) em 15/01/2019
Alterado em 11/02/2021 |