A vida e o poeta.
Faço os versos rimarem,
Fruto de bem escolhidos vocábulos...
Dou-lhes, comumente, tristes tons…
Meus sentimentos?
Ah, esses ficam bem à flor dos versos
E tais quais lábios na iminência de um choro…
Tremulam… tortos rabiscos ali grafo,
Nas virginais páginas do desnudo livro da vida...
Poesias são festivas ou tristes lágrimas…
Espatifam-se nas castas folhas,
Amareladas nos proscênios dos dois mundos...
A minha alegria?
Sempre uma suicida a pular dos primeiros versos…
Sempre a achar-se alada...
Todos os seres têm os próprios versos…
Habitam as próprias estrofes...
Vivem por entre prosas...
E primam pelo doce lirismo….
A vida é uma inebriante poesia…
Uma, ainda, misteriosa poesia…
Cada qual escolhe como construí-la
E até mesmo como declamá-la…
Versos hoje livres das métricas…
Tudo evolui...tudo!
Toda existência é um poema.
Por sinal, escrito por linhas tortas,
Em meio às sucessivas pontuações,
Deus nos confere a eternidade...
E os poetas... as reticências...