(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos



A estrelinha kamikaze.

Entre os astros fulguravam os seus anis,
Em trajetória inexplicável e temerosa...
Ainda assim, eficientes os seus ardis,
Deixava toda Via Láctea pavorosa!

A ignorar leis, compromissos, sacramentos,
A estrelinha, nas entrelinhas, serpenteava...
Pressentiu o buraco negro de lamentos...
E evadiu-se, pois quase a sorte lhe deixava...

E a estrelinha em sua órbita ousava,
Em piruetas, nova rota descrevia...
Um outro orbe, tal qual ela, procurava,
Mas sua caça o que era não sabia...

Ela se viu em queda livre, livre de quedas,
Em flashes de luzes, o percurso se fazia...
E a estrelinha do seu foco não se arreda:
Sempre a sorrir nas poses de fotografias...

De repente a estrelinha se esvaiu,
O flash agora é o esplendor de um clarão,
Pois bem parece que a estrelinha se iludiu,
Nos próprios dons, nas peripécias da ilusão.

Na Terra, descomunal cratera se abriu...
No firmamento a saudade madrugou...
Na enorme fenda a estrelinha então se viu...
E em mil pedaços ela também se espatifou.

A estrelinha infeliz se fez cadente,
Em plena vastidão da noite escura,
A mais certeira e venéfica serpente
Não tem defesa anti queda de alturas.

Estrelinhas, aventureiras estrelinhas...
Evitem rotas que as levem  às agruras...
Permaneçam em seus domínios azulzinhas,
Nas lácteas vias de sabores e doçuras.

(RAS)
Enviado por (RAS) em 12/07/2018
Alterado em 20/07/2024


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