(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos


Perjúrio coletivo.

     Nem faz tanto tempo que bandido era bandido e mocinho era mesmo mocinho... hoje, quanto mais bandido fores, mais te blindarão, mais irão te idolatrar, mais de ti se compadecerão e mais e mais injustas posses irás adquirir, às custas até de inocentes vidas...
     Surge, então, num novo espécime de protagonista, um intocável, invejável e galante mocinho principal, num cenário, tipo velho oeste, aos trejeitos tupiniquim. Na verdade, a encarnação de Macunaíma, o herói sem caráter, da obra de Mário de Andrade.
     Há mocinhos que, gramaticalmente, sequer conseguem articular e pronunciar duas palavras em sequência, mas para quê saber isso? Afinal, num bordel, quem paga bons honorários é rei... e, lá, sei que não é Parságada e nem sou amigo do rei, então serei ignorado, reputação estraçalhada e, no mínimo, serei mais um retrógrado e facista.
     Final dos tempos ou prenúncio de uma regeneração? Somente o próprio tempo nos revelará.. oro pelo segundo!
(RAS)
Enviado por (RAS) em 11/06/2018
Alterado em 28/11/2020


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