Triste sina.
É tão intensa a dor que se alastra,
até as profundezas de tristes almas!
É tão falso o amor que a si mesmo castra,
a manter-se em tão gélida calma!
E é tão breve o sopro da vida,
mormente, quando ignorada,
Pois assim a vida não é vivida,
é morte a ser superada
É como uma teia, o véu da noite,
a encobrir a vasta solidão!
Às vezes, um único açoite
é pior que toda escravidão.
São os dias tão tristes e vagarosos,
A noite tarda e faz-se sem sonhos,
Sóis e luas se revezam pavorosos,
Ao testemunharem desleixos bisonhos!
À mercê dos grilhões, um repente desamor...
Algemado por mesquinhas decisões...
A intragável solidão é só torpor,
Pelos vazios consequentes das paixões.
Eis o fim de um caso qualquer e tolo,
Para uníssonos acusarem: - não falei?
Paixão é pura negligência, não há dolo,
E por fim todos concordam : - Como eu errei!