(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos

Do negrume à gangrena.

Nada há ante os teus olhos,
Apenas cores...
E superfícies que mal as refletem...
Em forma alguma,
Nem de coração...
Nem de coração...

O fundo dos teus olhos traduz o mais profundo abismo...
Onde se perde...
Com todas as asas...
Com todas as bússolas...
Com todos os sonhos...

Há nos teus olhos passagens perdidas,
Longínquas...
Angusturas...
Há em ti a beleza estranha do vazio...
O absurdo do tudo, em tudo negado...

Há em ti a frigidez de uma lápide,
A inscrição do fim... 
A lâmina da morte...
E o teu profundo corte, 
Sangrando em mim...

Tuas cruzes, teus anjos de mármores,
Imensos e assustadores...
Onde as pétalas de tuas fictícias flores,
Se espalham,
Onde, incrédulos, se encalham...
E em dores jazem, em paz, os amores...

(RAS)
Enviado por (RAS) em 02/06/2018
Alterado em 13/06/2024


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras