Minha estranha ternura..
Sangue nas minhas veias corre e ferve.
Nunca fui boneco de neve! Nem por mais breve,
Jamais estive do sol distante.
Não sou fantasma de invernos, estou mais para os infernos. Não sou dos polos habitante...
O que me ferve queima e teima, é o que me move, me comove, me envolve, nas altíssimas temperaturas passionais.
Minha alma é eterno verão a descoagular, a facilitar o efervescer de sentimentos intensos.
Como o fogo, sou inconsequente demais!
Sou um sol de tão pequenina grandeza!
Mas de mesmíssima profusão.
Não sou de sombra... nem de brisas…
Eu sou pura emoção!
Tenho asco do morno, tudo em mim termina em forno... e eu renasço de cinzas…
Do vulcão eu sou a lava; das profundezas, o magma;
Do Olimpo, a tocha; do churrasco, a brasa;
Da tempestade, o relâmpago; do Apocalipse, o Absinto;
Sou o agreste e o Saara, vermelha é a minha cara,
Se eu te abraço nunca mais sara, serei ferida dorida, inflamada e rara.
Então fuja! Se esconda, aparta-te de mim!
Evite, dessa bendita forma, ter em mim
o teu macabro e chamuscado fim.
Sou um cometa perdido a tanger os firmamentos das existências, na eterna busca de meus flamejantes desejos, sonhos e devaneios...
No fundo, eu sou apenas um coração…
Nada mais que um indômito e compulsivo coração.