Cristais em containers.
Sonhos,
Onde e quando os amores são eternos,
Onde reinam os platônicos sentimentos,
Quando há sol e flores em pleno inverno,
Onde em tempos amargos há doces momentos.
Onde o amor quase beira a paixão,
De instantes quiméricos e indescritíveis,
Quando a doce loucura supera a razão!
E tornam os ardentes desejos possíveis.
As ondas de amor vem de mares abertos,
Onde, no "para sempre", a felicidade existe,
Onde tudo é envolto em sono desperto,
Onde o amor é rochedo que a tudo resiste.
São os sonhos as fiéis redomas da vida,
Tal qual o baú que torna o tesouro seguro,
A protege, a imuniza de quaisquer feridas,
E a torna viçosa, qual um fruto maduro.
Sonhos,
Onde os astros do amor são moradas,
Onde os beijos de saudades estalam,
Onde bocas sedentas e enamoradas,
Se encontram, se entregam e se calam…
Onde a razão é flecha fatal e certeira,
O escudo é plástificado de pura ilusão,
Onde a realidade é do amor derradeira,
Dessas batalhas travadas na escuridão.
Caixas vedadas cheias de fragilidades,
De sentimentos duradouros ou fugazes.
Onde a vida se afasta das vulgaridades,
Dos incautos, nem containers são capazes.
Onde as cores, os aromas e os sabores,
De amores se revestem e se propagam.
Se apresentam tão seguros e indolores!
Mas sem lenha, qual fogo, se apagam…