Aos traidores… meus desequilíbrios!
Apenas meus traidores conheceram minha destemperança,
Somente meus traidores tiraram-me a esperança,
Apenas meus traidores conheceram a minha rara intolerância.
Nem as homéricas ressacas fizeram-me vomitar,
Nem meus inimigos conseguiram o meu desequilíbrio, apenas os meus traidores…
Apenas “traíras” e seus dentes de dilacerar.
Tubarões anfíbios, surpreendentes,
De repente, simplesmente, traem, saltam do mar,
Abocanham o coração desavisado...
Depois recolhem-se, covardemente, nos seus exclusivos e inacessíveis habitats.
O dom de trair é nato, talvez até missão, pois desdenham tanto!
Exaurem-se na cobiça, nas expectativas das promoções, no egoísmo e num moderno “zumbismo”.
E frases de espanto remetem ao nome Brutus...
A surpresa faz-se presente e a desconsideração impera.
Silvérios, Judas, Dalilas, Brutus e os meus…
Almas serpentes! Almas serpentes!
Com todo respeito aos venéficos répteis.