Sobre ansiedade.
“Ansiedade é o querer, ante a certeza do quê, vagando pelo medo do como e na incerteza do quando.” (RAS)
É o assaz e incontrolável querer tudo realizar, antes da
irremediável morte.
A alma é um caldeirão efervescente de instintos, sentimentos e emoções, que nela adentram pelos ígneos portais dos cinco sentidos, e pelo altar dos humanos desejos que, por fim, se interagem em altas temperaturas e forjam o nefasto desatino, tão nefasto que pode acelerar a explosão do frágil invólucro, num suicídio inconsciente, culposo.
A ansiedade queima etapas e adianta processos a fórceps, e de tanta, conduz a um nada... e dói, frusta e destrói...
Tão somente a busca da espiritualidade é capaz de minimizar os ciclos e efeitos da ânsia, causar o seu arrefecimento e fazer com que a alma atinja, aqui na Terra, o pretenso e suficiente equilíbrio, o seu quase nirvana, em última análise, o alcance dos altíssimos altares da paciência...