(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos


 

As dimensões das angusturas.

Embrenhei-me em tuas galerias, em tuas veias, em tuas vias.
E em teus espaços me perdia, entre as vitrines que exibias, 
Ilusão em marcas e mercadorias, de pisca-piscas a fantasias,
Que por fim eu já nem sabia, que meu coração se renderia,
Aos manequins, bijuterias... só para mim tudo vendias,
Toda a sorte de piratarias, que cegamente eu consumia,
Sem cuidado e garantia… bastava-me o que dizias.

Pelas tuas galerias, muito quentes, nada frias,
Cravei minhas utopias e foram tantas as travessias!
E mesmo assim, sempre eu tremia, quando nelas eu me via,
Esbanjando alegria... e sentir o que eu sentia,
No teu underground, sem luz do dia…

Foste-me cortesã e cortesia, desfrutei de regalias,
Fui teu passante em romaria. Em ti beirei a heresia!
Na mais longa galeria fui, ali, pedinte todo dia.
Condenaste-me à carestia... recorri às alquimias,
Nas tuas tabernas, onde eu bebia, fiz ruir tuas magias...
Desfiz do mal que em mim ardia, quem diria que assim seria?
Ó estreitos das angústias! Quem diria?

(RAS)
Enviado por (RAS) em 23/11/2017
Alterado em 15/02/2024


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