O amargor das doçuras.
És dos sonhos o sepulcro, da indiferença o reduto,
Do ciúme, o azedume, de alguém do baixo meretrício.
És da alegria o epílogo, do livre arbítrio o decálogo,
És da desgraça o indício.
És o doce engodo de tolos, pelos glacês dos bolos,
Nos degelos dos polos, no inconforto dos colos,
No puro oportunismo.
És o estéril e árido solo, na maldade o puro dolo,
Mãe solteira do egoísmo.
És da loucura o modelo, do improvável o apelo,
Do amor o verdugo.
O distorcer, o enrugo e do faminto, o sabugo,
E nas turbas, o atropelo.
Tu és o mal sinalizado, pelos recantos viralizado,
És sentimento doentio.
E és querer desnaturado, cegante, selvagem, irado,
Qual olfato no rastro do cio.