(RAS)

Nem tudo que reluz é ouro. (Mas reluz!)

Textos



 

                        O amargor das doçuras.

És dos sonhos o sepulcro, da indiferença o reduto,
           Do ciúme, o azedume, de alguém do baixo meretrício. 

És da alegria o epílogo, do livre arbítrio o decálogo, 
          És da desgraça o indício.

És o doce engodo de tolos, pelos glacês dos bolos,
Nos degelos dos polos, no inconforto dos colos,
                                      No puro oportunismo.
És o estéril e árido solo, na maldade o puro dolo,
          Mãe solteira do egoísmo.

És da loucura o modelo, do improvável o apelo,
           Do amor o verdugo.
O distorcer, o enrugo e do faminto, o sabugo,
                                     E nas turbas, o atropelo.

Tu és o mal sinalizado, pelos recantos viralizado, 
                       És sentimento doentio.
E és querer desnaturado, cegante, selvagem, irado,
                       Qual olfato no rastro do cio.

(RAS)
Enviado por (RAS) em 14/10/2017
Alterado em 21/01/2024


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